Disney se despede de Metaverso: Demite sete mil funcionários
Numa época de cortes orçamentais e de racionalização de recursos, a Disney está a dar um passo atrás em relação a uma das fronteiras mais debatidas da tecnologia: o metaverso. Segundo reportagem do Wall Street Journal, a empresa dissolveu oficialmente a divisão dedicada ao desenvolvimento do metaverso. A notícia causou ondas de choque na indústria do entretenimento e levantou questões sobre os planos futuros da Disney.
A declaração de Bob Iger e os cortes iminentes
Bob Iger, CEO da empresa, anunciou a novidade por meio de uma carta aos funcionários. A primeira rodada de demissões ocorrerá em 27 de março, seguida por novas reduções de pessoal em abril e no verão. As áreas que sofrerão cortes incluem Disney Entertainment, Disney Parks, Experiences and Products e Corporate. A ESPN parece estar alinhada para os próximos cortes, marcando a clara intenção da Disney de simplificar sua estrutura organizacional.
A Divisão do Metaverso: Ambições e Fracassos
Liderada por Mike White, ex-executivo da Disney Consumer Products, a divisão Metaverse nasceu com o objetivo de usar a rica biblioteca de propriedade intelectual da Disney para criar histórias interativas em formatos tecnológicos avançados. Apesar dos ideais elevados, a divisão nunca alcançou a tração desejada. Bob Chapek, antecessor de Iger como CEO, certa vez caracterizou o metaverso como “a próxima grande fronteira”, mas essas expectativas não foram concretizadas.
Investimentos errados e omose otimista
A Disney também havia investido na Genies, startup focada na criação de avatares para realidade virtual. Apesar desta e de outras tentativas de ganhar força no metaverso, o projeto nunca decolou como esperado. Todos os 50 membros da equipe do Metaverso foram demitidos, enquanto Mike White permanecerá na empresa, embora sua nova função ainda não tenha sido finalizada.
O papel dos investidores e as pressões económicas
A decisão surge num contexto de pressão externa. Os investidores exigem desempenho e, para responder, a Disney contratou a McKinsey & Co para identificar áreas de possível redução de custos. Em fevereiro, a empresa já anunciou planos para reduzir o seu pessoal em 7.000 e fazer cortes totalizando 5,5 mil milhões de dólares.
O clima geral no setor de mídia
A Disney não é a única grande empresa de mídia que enfrenta dificuldades. A lenta aceitação do metaverso também criou problemas para outras empresas como a Meta, que investiu bilhões na tecnologia, mas viu baixa demanda e confusão entre os usuários. Toda a indústria está a atravessar uma crise, exacerbada pelo declínio das receitas da televisão por cabo e pela queda nas bilheteiras de filmes.
Concluindo, a despedida da Disney do metaverso é um forte sinal da mudança dos ventos em uma indústria em rápida evolução. Com o metaverso marginalizado e milhares de demissões a caminho, a Disney parece estar se realinhando para enfrentar os desafios futuros. Só o tempo dirá se esta medida será uma decisão sábia ou uma oportunidade perdida.