Ir para o conteúdo principal
notícia

China, restrições à exportação de matérias-primas

por 4 de setembro de 2023Sem comentarios

À sombra do conflito que está a ocorrer entre a Rússia, a Ucrânia e as suas alianças, está a desenvolver-se uma arena de conflito igualmente crucial, mas de natureza tecnológica, entre os Estados Unidos e a China. Estes dois gigantes globais estão envolvidos numa luta silenciosa, mas extraordinariamente relevante, ao som de lasca e semicondutores, o que revela como o destino tecnológico global é influenciado por este desafio histórico. China, restrições à exportação de matérias-primas.

O desafio tecnológico EUA-China: um contexto ampliado

A China estabeleceu-se como um grande exportador de materiais essenciais para a indústria eletrónica, incluindo chips, painéis solares, carros elétricos e LED. Esta vantagem foi alcançada através de uma estratégia económica que levou o país a ocupar uma posição chave na produção de materiais cruciais, como o gálio e o germânio, que constituem a base de muitos dispositivos electrónicos avançados.

Em resposta à ascensão da China neste sector, os Estados Unidos procuraram limitar a exportação de chips de IA para a China. Por outro lado, a China adoptou medidas restritivas, a partir de Agosto, à exportação de germânio e gálio, materiais essenciais no sector electrónico. A exportação desses materiais para fora do país exige agora a obtenção de uma licença emitida pelo Ministério do Comércio da China.

Efeitos tangíveis na indústria de hardware e perspectivas futuras

A implementação destes novos regulamentos poderá ter um impacto tangível na indústria de hardware electrónico. Os custos de produção poderão aumentar e esta inevitável escalada de preços poderá repercutir-se em produtos já sujeitos a aumentos significativos. No entanto, a dimensão precisa destes aumentos dependerá da aplicação das restrições e da quantidade de materiais disponíveis em stock.

É importante notar que tanto o gálio quanto o germânio não são particularmente raros de encontrar. Embora a China detenha o controlo da produção global de gálio, o seu domínio baseia-se na sua capacidade de manter preços competitivos, e não na raridade dos próprios materiais. Ambos são subprodutos resultantes do processamento de recursos como carvão e bauxita, o que significa que a produção pode ocorrer em diversas áreas onde o alumínio é produzido.

O mercado de materiais como o gálio está a diversificar-se lentamente para além das fronteiras da China. Países como o Japão, a Coreia do Sul, a Ucrânia e a Rússia estão a envolver-se na produção de gálio. Da mesma forma, o germânio é produzido por países como o Canadá, a Bélgica, os Estados Unidos e, mais uma vez, a Rússia. Embora o mercado possa levar algum tempo a adaptar-se a estes novos desenvolvimentos, os especialistas do setor sugerem que poderá surgir um padrão semelhante ao que já aconteceu com recursos estratégicos como as terras raras, o antimónio e o tungsténio.

Perspectivas sobre o impacto futuro na China e no mercado global

Olhando mais profundamente, surge uma perspectiva interessante sobre o futuro. Segundo alguns especialistas, o domínio da China sobre a produção de materiais críticos pode enfraquecer gradualmente. Quando a China perder a sua supremacia, o movimento estratégico poderá sair pela culatra. Esta demonstração de força poderá eventualmente normalizar o mercado, estimulando uma maior diversificação e concorrência globais.

Embora esta possa ser a tendência, deve ser enfatizado que a indústria tecnológica é fortemente influenciada por um conjunto de variáveis geopolíticas e económicas em constante evolução. Portanto, as respostas das empresas especializadas em semicondutores e componentes eletrônicos podem mudar de forma imprevisível. Por enquanto, o desempenho das ações destas empresas parece reagir de forma relativamente estável, mas esta situação pode mudar repentinamente.

Concluindo, a rivalidade entre os Estados Unidos e a China vai muito além do mero confronto político, revelando um conflito tecnológico que molda o mundo moderno. Embora a China esteja atualmente na liderança, os acontecimentos futuros poderão levar a mudanças significativas que irão remodelar o equilíbrio global no setor eletrónico e tecnológico.

Deixe uma resposta